quinta-feira, 17 de maio de 2012

SP: Polícia treina agentes contra crime na internet

 

Incidente com atriz Carolina Dieckmann chamou atenção de todo o país sobre riscos; veja como se protege

O caso da atriz Carolina Dieckmann, que teve  fotos íntimas publicadas na internet, fez a Acadêmia de  Polícia Civil criar um curso de investigação para esses crimes virtuais na rede.

As inscrições para o curso voltado apenas para policiais serão abertas na sexta-feira e vão até o dia 1º de junho. No total, são 20 vagas. As aulas duram  duas horas e começarão no dia 11 de junho. O curso tem duração de duas semanas. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, outros três cursos serão realizados até o final do ano.

Atualmente, para investigar tais crimes em Rio Preto, o delegado Rubens Cardoso Machado, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais),  diz que  a polícia conta com o apoio do Centro de Inteligência da Seccional. “Mas em Rio Preto é raro ser registrado um caso de extorsão pela internet”, afirma.

- Veja aqui algumas dicas para se proteger das invasões na internet

Os principais crimes cibernéticos registrados na cidade são de natureza bancária: saques, transferência e empréstimos em contas correntes ou poupanças. A maioria é   registrada no 1º Distrito Policial, área central do município. “Uma média de dois boletins por dia”, contabiliza o delegado  Mauro Luís Truzzi Otero.

Vítimas /A empresária Patrícia (nome fictício), de 25 anos, pensou que não haveria nada de errado quando foi fotografada em posições sensuais, em seu próprio celular, por um amigo. Poucos dias depois, um ex-namorado lhe ligou para dizer  que viu a foto em um site pornográfico.“Achei bem perturbador,  mais por não saber quem teria vazado do que pelo constrangimento da exposição em si”, diz a vítima.

Na ocasião, ela decidiu não procurar a polícia, pois a foto não estava em um site conhecido e a maioria dos usuários era de outros países. Ela, entretanto, ficará sempre  com a pulga atrás da orelha. “E se aparecerem mais fotos minhas daqui há alguns anos, quando eu estiver casada e com filhos?”, questiona a vítima.

Casos como o de Patrícia, que teve o nome real ocultado  para evitar constrangimentos, são mais comuns do que se imagina. Não há como saber o número exato de vítimas. A maioria tem medo até de procurar a polícia para evitar que o constrangimento aumente. “A partir do momento em que um arquivo cai na internet, ele tem uma difusão enorme em pouquíssimo tempo”, diz o advogado  Daniel Freire de Almeida, especialista em direito internacional na internet.

Segundo ele, mesmo casos como o da atriz  são de complicada resolução. Após trabalho intenso de perícia e investigação, o autor dos vazamentos até pode ser encontrado. Mas as fotos  sempre terão um vestígio na internet.

Pior ainda se os arquivos forem hospedados em servidores de outros países - as fotos de Carolina, por exemplo, foram publicadas da Inglaterra. Todos os trâmites burocráticos, que envolve até a diplomacia entre nações, pode levar anos até que as fotos sejam apagadas ou que sejam repassadas informações à polícia. E isso é uma eternidade em se tratando de internet.

Precaução /O advogado  afirma que a melhor maneira de evitar que sua intimidade seja revelada na internet – e compartilhada por milhares de pessoas em minutos – é a prevenção. A dica básica, obviamente, é evitar se expor em situações que, se divulgadas, possam se tornar comprometedoras. Mas, se a pessoa achar que vale a pena correr o risco, é melhor ter o máximo de precaução. Veja no quadro ao lado as principais dicas para tentar evitar constrangimentos futuros. Colaboração: Cristiano Pavini

MAIS

80%
dos internautas já sofreram algum tipo de  crime virtual, segundo dados do Norton Cybercrime Report, estudo global produzido anualmente pela marca Norton,
da Symantec.

No Brasil, o mesmo estudo revela que sete em cada dez usuários não têm proteção no computador, o que facilita a ação dos criminosos. São 28 milhões de brasileiros vítimas todos os dias desse tipo de crime.

Regras para julgar os ‘piratas’ da internet

O  advogado  Daniel Freire de Almeida, de 37 anos,  defende a criação de um tribunal internacional para o direito internacional na internet, ou seja, a criação de regras jurídicas de caráter mundial para que seja possível julgar com rapidez e eficácia os crimes praticados na internet e que envolvem países diferentes.

Vale lembrar que na internet os conceitos de territorialidade são um pouco complexos. A rede social Facebook, por exemplo, é utilizada por milhões de brasileiros e possui uma subsede comercial no Brasil. Mas quem quiser acionar juridicamente o site, por exemplo, poderá ter de entrar com ação na Justiça dos Estados Unidos - onde a empresa está oficialmente sediada.

De acordo com o advogado, os Julgamentos, por exemplo, poderiam ser on-line e por meio de vídeoconferência. Para isso, ainda é necessário uma legislação mundialmente aceita sobre o tema.  Mas a ideia já foi lançada e estruturada, e, como o próprio Daniel diz, é “precursora em nível mundial”.

Para Alex Roschildt Pinto, de 32 anos,  professor de ciências da computação da Unesp de Rio Preto e especialista em redes,   o crescimento dos crimes cibernéticos, principalmente as fraudes no internet banking está relacionada à popularização da rede mundial e ao crescimento do número de pessoas conectadas.  “Basta que a vítima abra o e-mail para que o programa se instale automaticamente. Antes, era preciso que o usuário abrisse um arquivo”, disse o professor.

Outra estratégia dos piratas virtuais é desenvolver programas que simulam a página eletrônica dos bancos e até da Receita Federal. Outros ataques comuns, de acordo com Alex, são o de negação de serviço. “Neste caso, o hacker deixa o site apenas inoperante. Em outro casos há violação de conteúdos e arquivos.

Por isso, todo cuidado é pouco quanto o assunto é internet.”

- Veja aqui algumas dicas para se proteger das invasões na internet


Fonte: Rede Bom Dia

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