terça-feira, 27 de novembro de 2012

PM de Roraima completa 37 anos com festa adiada

 

Solenidade de aniversário da PM será na sexta-feira, com formatura na frente do Comando-Geral, na avenida Enne Garcez

Por: AMILCAR JÚNIOR

A Polícia Militar de Roraima completou ontem 37 anos. A instituição se originou da Guarda Territorial do Rio Branco, criada em novembro 1944. Com a emancipação política do Estado, a PM foi instituída pela lei 6.270, em novembro de 1975. Hoje, ela conta com 1.433 policiais na ativa, concursados e do ex-Território, distribuídos na Capital e em 26 localidades do interior.

O capitão Ilmar Soares Costa disse ontem, em seu gabinete no Comando Geral, que a PM de Roraima conta hoje com três companhias no interior, em Pacaraima, Caracaraí e Rorainópolis, coordenadas pelo Comando de Policiamento do Interior (CPI).
Em Boa Vista, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) coordena dois batalhões. O 1º conta com três companhias, sendo duas para o policiamento ostensivo e outra para o policiamento de guarda.

O 2º Batalhão tem duas companhias que fazem o policiamento ostensivo.

“Ainda temos o Batalhão de Operações Especiais, o Bope, que é uma unidade especializada que dá apoio em ocorrências mais críticas. Também temos a Polícia Ambiental e o Esquadrão de Cavalaria. Proporcionalmente, o nosso efetivo é maior do que o de São Paulo, per capta”.

Outras conquistas da PM, segundo o capitão, diz respeito à criação do novo Estatuto da PM e do Colégio Militar. “Já temos 125 alunos estudando na nossa instituição. E o mais importante é que, além dessas conquistas, a sociedade roraimense nos vê com bons olhos. Não temos problemas com corrupção. A expectativa também é grande com a chegada dos novos 300 policiais. Tudo isso é motivo para comemorarmos”, avaliou.

A festa de formatura dos 37 anos da PM ocorreria ontem, mas como o governador Anchieta Júnior (PSDB) cumpria outra agenda, a solenidade foi transferida para a sexta-feira, 30, com formatura na frente do Comando-Geral, na avenida Enne Garcez, no bairro Novo Planalto. Haverá a entrega da medalha Forte São Joaquim, Amigo da PM.

PROERD – O trabalho da PM não se resume apenas às rondas diárias, no combate direto ao crime. O capitão fez questão de mencionar o Programa de combate às drogas, Proerd, desenvolvido pela Instituição nas escolas públicas do Estado, com estudantes do Ensino Fundamental. Desde a sua implantação, conforme o capitão, já foram formados mais de 52 mil alunos. “E agora realizaremos o curso de multiplicador de instrutor do Proerd. Os capacitadores vêm de Brasília”, adiantou.

PM vai abrir 25 vagas para soldados músicos

O capitão Ilmar Soares Costa falou com exclusividade à Folha que a PM abrirá 25 vagas para soldado músico. O concurso ocorrerá até o primeiro trimestre do próximo ano. “Estamos finalizando o processo burocrático do certame. Haverá prova objetivo e prática instrumental. O concurso já foi autorizado pelo governador. Vai sair no próximo ano”, confirmou.

O capitão disse que há uma grande demanda pela banda musical da PM, que conta com 28 integrantes para atender toda a rede pública de ensino e demais instituições. “Na sexta-feira passada, por exemplo, a banda fez uma tocata no Parque Anauá, em homenagem aos artistas da terra: Zeca Preto, Neuber Uchoa e Joelmir Guimarães”. (AJ)

Populares aprovam atuação da PM


População afirma que falta estrutura para policiais atuarem


A Folha foi às ruas ontem à tarde saber o que a população acha do trabalho realizado pela Polícia Militar de Roraima. As entrevistas ocorreram das 14h20 às 14h40 no Terminal de Integração João Firmino, no Centro:

Brendo Carvalho, 17 anos, estudante e morador do bairro Jardim Primavera: “A PM não está dando muita atenção ao povo porque não tem condições de trabalhar. Estão ocorrendo muitos assaltos, por isso estamos nos sentindo inseguros. Os policiais não têm nem carro para trabalhar. Falta mais investimento. Outra coisa: eles demoram muito para atender uma ocorrência”.

Raimunda Fernandes, 45 anos, moradora do bairro Sílvio Botelho: “Precisa de mais gente [PM] nas ruas. Não nos sentimos mais seguros. Já quiseram me roubar e tentaram tomar minha bolsa. A violência está grande. Mas eles trabalham direitinho. Só não fazem mais porque não podem, não têm condições. Falta mais investimento, mais carros novos, melhores salários”.

Emiliano Ribeiro, 80 anos, morador da vila do Tepequém, no município do Amajari, Norte de Roraima, a mais de 150 quilômetros da Capital: “Apesar das dificuldades, o trabalho é excelente para quem não tem muita condição de atuar. Eles trabalham bem, são bem preparados, mas falta investimento. O policial precisa estar na rua motivado, recebendo bem”.

Associação diz que problemas da PM também estão aniversariando

A Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado de Roraima (APBM) informou que a data de ontem, aniversário da PM, era para comemorar devido às várias conquistas, mas também para contabilizar os problemas.

Quésia Mendonça, coordenadora-geral da APBM, lamentou o sucateamento de viaturas, a falta de combustível, insalubridade no ambiente de trabalho e as instalações obsoletas dos quartéis. “Décadas se passaram e o arcaísmo estrutural vem se arrastando, inclusive com o aval de coronéis que querem que suas ordens dadas dos palácios sejam cumpridas dentro dos calabouços”, criticou a coordenadora.

Ela destacou que os militares deveriam ter igualdade de direitos e deveres funcionais, porém, para isso, deveria existir reconhecimento de que homens e mulheres são humanamente diferentes – em necessidades de saúde, ergonômicas e psicológicas distintas.

“Nenhuma das unidades próprias da PM, por exemplo, tem banheiro feminino. Nenhuma guarda de quartel ou de presídio tem alojamento específico para policiais mulheres, pelo contrário, em algumas instalações da caserna faltam portas e assentos nas latrinas”, denunciou.

A presidente lembrou também que em 2009 foi montado, no Quartel do Comando de Policiamento da Capital (CPC), um berçário para as militares que estivessem gestantes, porém, com o término das fraudas e de outros materiais de higiene infantis, a sala foi usada para o serviço burocrático.

Segundo Quésia, na Polícia Militar as práticas de assédio moral, transferências ex-officio sem o devido interesse público e outros desvios de finalidades vêm maculando a instituição, “tudo isso em nome da manutenção da hierarquia e da disciplina”.

Outra denúncia diz respeito a PMs destacados para atuarem como vigas. Outra ilegalidade seria o uso da indicação do Comando para escolher os policiais que farão parte do Batalhão Escola de Pronto Emprego, curso feito em outros estados.

“Aqueles que se destacam nos testes físicos são nomeados, obedecendo-se a ordem de classificação, mas em Roraima a escolha é determinada com o cetro do soberano comandante-geral, que tem o poder de tirar o indicado do ‘rabo da fila’ e garantir ao mesmo uma gorda diária à custa do Governo Federal”, criticou.

Contudo, a associação informou que, mesmo com a dificuldade que a tropa tem passado, devido à falta de sensibilidade da atual gestão da PM, os cidadãos têm reconhecido que a figura do policial tem mais credibilidade do que a da própria corporação. “Com tantos motivos para cruzar os braços, esses policiais se empenham em sua missão, mesmo correndo risco de vida”. (AJ)

Fonte: FolhaBV

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