quinta-feira, 9 de setembro de 2010

REVANCHISMO NA POLÍCIA MILITAR ACABA COM POLICIAIS ALVEJADOS

A Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado de Roraima vem à sociedade roraimense e à imprensa manifestar o seu posicionamento frente ao vergonhoso episódio que envolveu um soldado da PM Estadual e um capitão da PM do Extinto Território Federal, o qual culminou com ambos baleados.

 

Ocorre que o acontecimento tem uma raiz já conhecida pelos integrantes da Corporação – o constante assédio moral sofrido pelos servidores que participaram da Manifestação Reivindicatória do dia 30 de março de 2009, os quais foram anistiados no corrente ano, porém sofrem inúmeras represálias.

 

Todos os policiais que trabalhavam no BOPE e que participaram do Movimento Reivindicatório foram transferidos compulsoriamente para a Força Tarefa, que fica na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. Todos os participantes do movimento paredista, sem exceção, já sofreram algum tipo de assédio por parte dos gestores da Administração Pública Militar; alguns foram vetados para trabalhar na Companhia Independente de Proteção Ambiental (CIPA), outros foram cortados da lista para integrar o Batalhão Especial de Pronto Emprego (BEPE) da Força Nacional, outros foram cortados da lista para integrar o Pelotão Especial de Fronteira (PEFRON), também da Força Nacional.

 

A APBM não quer declarar apoio à conduta do soldado envolvido na ocorrência, porém quer esclarecer que ele também figura como uma das vítimas do processo.

 

Testemunhas afirmam que quando a Central de Operações da PMRR transmitiu a ocorrência de um policial com veículo com som alto no posto de combustível, o capitão envolvido disse “Central, a ocorrência é minha, eu vou botar o ‘Bob Esponja’ para dormir”, demonstrando uma falta de profissionalismo e pessoalidade – o que pode ser comprovada pela gravação das transmissões dos rádios; uma outra testemunha afirmou que os disparos realizados pela arma do soldado foi durante luta corporal em que o capitão tentava desarmá-lo – o que torna suspeita a acusação de tentativa de homicídio e aponta para uma possível lesão corporal.

 

Pelo exposto, a APBM manifesta a tristeza pelo ocorrido, pois não coaduna com condutas criminosas ou transgressoras. Doutra forma, independente da responsabilidade de ambos envolvidos, o fato poderia ser evitado se houvesse liderança por parte de quem comanda a Corporação para expurgar o tratamento desumano entre seus comandados, o assédio moral e o desvio de finalidade, o que afastaria esse episódio que por tanto tempo marcará a vida na Caserna.

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