Data: 30/11/2010
Por: Jessé Souza
Enquanto todos assistiam pela TV, no domingo, os principais jogos que decidiam a vida dos clubes no Brasileirão, por obrigação fui assistir uma entrevista do governador Anchieta Junior (PSDB) no Canal 12.
Fiquei impressionado com o que vi. Parecia que aquele não era o governador de Roraima e que ele estava falando de um outro Estado cuja realidade eram bem distante daqui vivemos no momento.
Nem parecia que estamos enfrentando uma grave crise no sistema prisional, na saúde pública e diante do endividamento que prejudica o desenvolvimento dos trabalhos de quase todas as secretarias e setores importantes como o das polícias.
E por mais controverso que possa parecer, o governador ainda estava falando de “votação expressiva” (onde já se viu diferença mínima ser expressiva?), de “eleição atípica” (ele desconhece mesmo a realidade política local) e pregando que vai “conquistar os que não votaram em Anchieta” (como?!).
Era como se a eleição tivesse sido encerrada naquele momento e Roraima não estivesse passado por sérios problemas. E falando como se ainda fosse candidato, estava pregando “união”, tema que ele adotou em sua sofrível campanha.
Não falou como vamos superar essa crise, o que está sendo feito para mudar esse quadro de penúria em que se encontram o setor de saúde e as secretarias sem sequer telefone para trabalhar. Não disse que perspectivas teremos para sair desse buraco em 2011.
Para não dizer que não falou de violência, Anchieta comentou sobre a existência de galeras, preferindo adotar um discurso de que a sociedade precisa entender esses indivíduos e suas motivações para entrar para a marginalidade, citando que o governo deve agir com projetos sociais por meio da Setrabes.
Mas, pelo que se saiba, não existe um projeto social voltado especificamente para prevenir, ressocializar ou mesmo combater galeras. O Centro Sócio-Educativo trabalha na raça, assim como os demais setores, com o mínimo de apoio e o máximo de dedicação dos profissionais que lá trabalham.
O mesmo ocorre nos demais setores, onde o que faz a diferença é a dedicação dos servidores comprometidos com o que realizam, porque o Estado está na falência total. Só para se ter uma ideia: Estado onde presídios têm “chefes de ala” é uma vergonha, um atestado de falência e deboche às autoridades constituídas.
Outro absurdo são as repetidas cenas de remédios dentro do prazo de validade enterrados em covas rasas, como se fosse mesmo uma desova da falta de mando das autoridades. E parece que nem isso merece um protesto, uma indignação ou palavra do governador ao menos prometendo que vai punir com rigor. Nem isso.
E assim vamos terminando 2010, atônitos e sem perspectiva de que algo melhore no próximo ano. Se o governador reeleito não se mostra motivado para pontuar esses problemas que nos afligem, o que devemos esperar daqui para frente? As notícias não são nada boas...
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