Greve da Polícia Militar
Apesar do acordo firmado entre representantes da Associação dos Familiares de Policiais Militares (Assfapom), parlamentares estaduais e o Governo de Rondônia, todos os excessos cometidos durante os dois dias de protestos na PM serão punidos, garantiu na tarde desta segunda-feira o secretário de Segurança, Defesa e Cidadania, Marcelo Bessa. Para ele, a greve é ilegal, mas o movimento pedindo melhorias à corporação até pode ser entendido como justo. Mas a forma como é conduzido tais protestos podem levar ao crime militar, sujeito a penas que variam até 20 anos de prisão, explicou o secretário, lembrando de cenas absurdas dos policiais empunhando armas na frente dos batalhões, obrigando coercitivamente os colegas a aderirem ao movimento, apreendendo, inclusive, viaturas.
Dois casos graves foram registrados durante os dias de manifestação. O repórter Herivelton Rodrigues Palma foi agredido ao cobrir o bloqueio da BR-364 em Candeias do Jamari. Ele levou coronhadas e foi obrigado a apagar as imagens de sua câmera fotográfica. Um promotor de Justiça também sofreu com a violência dos policiais grevistas. Ele foi agredido sob a mira de pistolas e obrigado a deitar no chão. O procurador-geral nomeado Heverton Alves Aguiar conversou com o secretário Marcelo Bessa sobre o episódio e revelou que há gravações de toda a intervenção dos militares. O caso está sendo investigado pelo MP e a Secretaria de Defesa e Cidadania (Sesdec). O nome do promotor não foi divulgado.
O governador Confúcio Moura (PMDB) estranhou o recomeço da greve, um dia depois dos próprios militares decidirem brigar administrativamente por novas conquistas. Não houve item novo na pauta de reivindicações, esclareceu o chefe do Executivo. Nada foi descumprido, mas há determinadas situações de que dependem da Assembléia Legislativa e estudos da equipe de Planejamento e Finanças para serem implementadas. “Os compromissos serão honrados. Os pleitos que foram conhecidos por mim durante a campanha foram submetidos a Assembléia Legislativa e aprovados no primeiro mês, como a leis das promoções e a extinção de classes, grandes anseios da corporação”, enfatizou o governador.
Movimentação política
O governador Confúcio Moura não descartou incitação política por trás desses movimentos da Polícia Militar. “Tudo é possível de acontecer. Mas não tenho dados concretos que comprovem essa incitação política para desestabilizar o Governo e a ordem pública. O chefe do Executivo entende que não houve excessos e nem descumprimento dos acordos firmados com os militares e, portanto, não vai divulgar nota oficial alguma. “Nossa única ação militar foi o cerco de proteção aos batalhões, quem estava dentro só podia sair e não entrava mais. A ação foi no sentido de proteger o patrimônio para que no futuro o patrulhamento não fosse prejudicado”, esclareceu.
Fonte: RONDONIAGORA
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