domingo, 10 de julho de 2011

PRISÃO NO CPC: Doente, militar é presa por deserção


Por: VANEZA TARGINO

A policial militar T.X.C. está presa desde a tarde de ontem no Comando de Policiamento da Capital (CPC) por deserção, após ter faltado ao trabalho por estar doente. A falta foi considerada crime militar pela Corregedoria da Polícia Militar, que efetuou a prisão. Mas no laudo emitido pelo Instituto de Medicina Legal (IML), o médico que a atendeu afirma que ela está com sintomas de doença psiquiátrica, sem condições de exercer suas funções e ainda apresenta risco de suicídio.

A Folha teve acesso a cópias dos documentos emitidos pela Corregedoria da PM. O procedimento foi realizado pelo tenente Antônio Barbosa Neto, que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD). No depoimento, T.X.C. alegou que estava doente e não tinha condições de trabalhar, sendo orientada a procurar um médico ou mesmo doente se apresentar ao CPC.

A prisão da militar aconteceu às 9h, na casa de sua mãe, no bairro Buritis. Segundo Termo que Qualificação e Interrogatório, lavrado na Corregedoria da Polícia Militar (PM), a mesma só não cometeu suicídio, com a sua arma, porque o revólver está trancado em seu apartamento e devido ao problema que vem enfrentando há nove dias, o proprietário teria fechado o imóvel por suposta falta de pagamento do aluguel.

“Não tinha condições, pois estava doente e sozinha”, disse, no depoimento, ao afirmar ainda que após essa situação, ficou abalada psicologicamente, andando sem orientação, sem rumo, chegando a pensar em suicídio e passou esse período afastada, indo à casa da sua mãe espontaneamente e à casa de amigos. “Não pensava em retornar para o trabalho, somente pensava em suicídio”.

Segundo a declaração da própria militar, o problema de saúde e sintomas de doença psiquiátrica tiveram início após o rompimento de relacionamento amoroso.

Representantes da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares (Aspbm) acompanharam a prisão e o depoimento da militar que continuava, até as 21h de ontem, na carceragem do CPC. O advogado da associação tentava uma liminar para que ela fosse libertada ainda na noite de ontem. A presidente da ASPBM, Késsia Mendonça, destacou que a situação da militar é critica e que a mesma não teve chance de se defender.

Késsia destacou que o momento é “difícil e delicado”, pois a militar não cometeu crime de deserção voluntariamente, e sim por um fator que fugiu do controle dela. “Existe um programa de acompanhamento antiestresse, mas não está resolvendo o problema e a militar está com sérios problemas de saúde. O que fizeram foi prendê-la sem oferecer nenhum tratamento”, criticou.

Outro militar, que pediu anonimato, comentou que a PM não acompanha a saúde do servidor, apesar da natureza da atividade e da jornada de trabalho excessiva. “Mesmo com o núcleo de prevenção antiestresse, foi feita uma punição com flagrante e prisão. O comando preferiu punir, mas o exame de corpo delito mostra que ela está inimputável, por conta do problema psiquiátrico”, ponderou.

OUTRO LADO – O coronel Gleison Vitória, comandante-geral da PM, explicou que o Código Penal Militar prevê o crime de deserção no quinto dia de falta ao serviço. A Folha informou ao comandante sobre o resultado do exame no IML, onde a médica legista constatou que T.X.C. apresenta sintomas de doença psiquiátrica e com risco de suicídio. Ele confirmou que não sabia do resultado do exame e que em razão desta informação, iria submeter a militar a exames ainda hoje.

“Amanhã [hoje], ela será submetida a exames psiquiátricos para avaliarmos as condições em que se encontra. Vamos oferecer todo o tratamento necessário para que se recupere. Uma comissão será formada para fazer a avaliação necessária e com mais detalhes. Se ela estiver doente, vamos fazer o que está previsto na lei, para o devido tratamento. Vamos tomar todas as providências necessárias para o bem-estar dela”, destacou.


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2084-Adenilson Oliveira                         Data: 21:41:05 - 09/07/2011

Como sabemos amigos, a profissão de policial é uma das mais estressantes, principalmente porque trabalha com pessoas, poder de polícia, arma de fogo e se envolve com todas as mazelas da sociedade. Se ele não tiver uma psique saudavel que conduza ao disstresse, com programas saudáveis e qualidade de vida, com certeza se tornara mais uma vitima na sociedade. Nossas corporações policiais, raras excessoes, mantem programas de tratamento dos servidores. Será que a PM tem uma preocupação com a saúde fisica e mental dos seus policiais? Qual é o programa adotado pelo Comando? O governo federal atraves da Senasp tem insistido aos comandos e governos estaduais a mudarem esse cenário, mas não sai do papel! Quem perde é sempre o lado mais fraco!!! Reflitam...


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1039-francisco heriberto guimaraes (Cap Heriberto)       Data: 17:03:19 - 09/07/2011

é muito facil criticar, apontar o dedo e ou jogar uma pedra, agora eu pergunto onde esta a associacao? qual o papel da associacao? sera que a associacao é so pra pagar os advogados pra defender os infratores? porque a associacao ao inves de estar apontando os erros ela nao arregaca as mangas e vai pra luta? o caso desta policial nao é de agora que ela falta servicos e fica dias sem dar satisfacao, ela ou algum parente tem que dar satisfacao para o estado que paga o nosso salario, nem ela nem a associacao informaou da situacao dela, o comando nao sabe quem tem problemas ou nao, quem sabe ou é o proprio paciente ou o medico uma vez procurado e como esta policial existem outros e outros que faltam ao servico, ficam dias em casa depois aparecem com atestados medicos, e onde fica a associacao? parem de criticar o comando, parem de denegrir a nossa classe, e vamos ver a situacao desta policial militar, nao vamos ganhar ponto na situacao desta policial, e nem vamos falar coisas que nao temos certeza a respeito dos cocorridos anteriores, pois eh muito facil ser pedra, o dificil e ser vidraca, a comunidade quer eh seguranca nao quer fofocas, por isso arregacemos as mangas e vamos atras de resolver o problema e nao dinfundirmos a sociedade denegrindo assim a nossa classe.


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5877-flavio sousa                         Data: 09:01:54 - 09/07/2011

situação critica mas ja anunciada em outros casos inclusive com desfecho grave. surto psicótico foi o mesmo caso do cabo almeida( da reserva remunerada) que golpeou a esposa com uma pernamanca, o sgt que atirou e matou o soldado fontinelli. a casa ta jogada as baratas.


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100-Luana Coutinho                         Data: 08:40:12 - 09/07/2011

Infelismente, pessoas que comandam a PM hoje não querem saber do estado emocional do militar,pessoas totalmente insensíveis... pra eles os subordinados são como máquinas, sem vida, sem problemas, sem família, nem adoecer podem... o que interessa que tire o serviço para mostrar serviço pro governador e não perder o cargo, o lado humano não é considerado, sentem prazer em punir,principalmente os estaduais, nem o comandante sabe do que aconteceu, mas mandou prender! O que falta pra dirigir esse orgão, são pessoas capacitadas e competentes, com pelo menos um curso de relacões humanas, deixar de lado o apadrinhamento político é olhar com seriedade os problemas que essa corporação enfrenta ,há muito tempo, por má administração.


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188-AMADEU ROCHA TRIANI                         Data: 06:20:36 - 09/07/2011

Esse programa anti estresse não passa de um embuste, a intenção maior é ratear uma verba federal entre alguns apadrinhados e os servidores da segurança, continuam vivendo a “INSEGURANÇA NA SEGURANÇA PÚBLICA”. E quanto ao comando da PM. JÁ PASSOU O TEMPO DA DITADURA, O MUNDO EVOLUIU E ESSA PRÁTICA COVARDE ESTÁ ULTRAPASSADA.

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