Mais de 12 motocicletas e três viaturas foram flagradas pela Folha no pátio dos setores da instituição militar
TARSIRA RODRIGUES
Por meio de uma denúncia anônima, a Folha tomou conhecimento de que viaturas da Polícia Militar de Roraima (PM-RR) estão paradas desde o dia 20 por falta de combustível. Segundo a informação, a ordem inicial passada pelos superiores foi a de que se em uma ocorrência a gasolina acabasse, os policiais deixassem os veículos no local e seguissem para o comando de origem.
A equipe de reportagem conseguiu apurar que, na Garagem do Governo, no bairro São Vicente, os carros oficiais só podem abastecer diesel, pois gasolina não tem e não há nenhuma previsão para o combustível chegar.
A Folha também conseguiu flagrar 12 motocicletas que integram a Companhia Independente de Transporte Urbano e Rodoviário (Ciptur) paradas no pátio localizado no bairro Cidade Satélite. O problema das motocicletas que não atuam mais em rondas na capital já foi denunciando em matéria publicada em 24 de agosto deste ano.
No 2º Batalhão da Policia Militar (2º BPM), no bairro Pintolândia, foi possível fotografar três viaturas que atuam no sistema de ronda ostensiva e atendimento a ocorrências paradas no pátio do Batalhão.
POLÍCIA MILITAR – O coordenador de operações da Polícia Militar, capitão Antonio Carlos, disse à Folha que a falta de gasolina realmente ocorreu, mas que o problema teria sido apenas por algumas horas de ontem.
“Ficamos apenas pela manhã sem combustível, mas não deixamos de atender nenhuma ocorrência. Todas as 10 viaturas que trabalham no serviço ordinário circularam normalmente. Não deixamos de atender nenhuma ocorrência”, insistiu.
Ele afirmou que em nenhum momento a ordem de parar os trabalhos por conta da falta de combustível foi repassada para o pessoal da área operacional e frisou que todos os policiais militares trabalharam normalmente.
APMB emite nota confirmando denúncia
A Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado de Roraima (APBM/RR) emitiu nota confirmando a denúncia do leitor, relatando que desde o dia 20 as viaturas da Polícia Militar não são abastecidas, fato esse que pode ser confirmado pelas inúmeras reclamações de cidadãos que não têm suas solicitações de viaturas atendidas pelo Serviço 190.
“Acontece que, em casos de escassez de combustível, observam-se duas linhas de conduta: triagem das ocorrências e PE (ponto de estacionamento)”, afirmou Quésia Mendonça, coordenadora-geral da Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado de Roraima (APBM/RR).
O medo, segundo Quésia, é que os policiais tenham que abandonar suas viaturas ao relento e retornar de ônibus ou lotação, pois a qualquer momento os veículos podem dar “pane seca”.
Para APBM, a falta de combustível é mais um descaso com o cidadão roraimense que acredita que, ao sair para o trabalho ou ao dormir, o Estado estaria com suas radiopatrulhas guardando suas vidas e bens.
“Esse é mais um caso de má gestão, pois é inadmissível um serviço essencial como o da PM ter sua eficiência reduzida ou até mesmo parar devido à falta de planejamento. Estão aclaradas as péssimas condições de trabalho às quais estamos sujeitos”, complementou Junot Brito, coordenador jurídico da APBM.
O caso veio à tona devido à falta de gasolina na garagem do Governo do Estado de Roraima, o que repercutiu em outras secretarias. Conforme a entidade, o temor é que os índices de criminalidade venham a se elevar, pois, como o criminoso sabe da ineficiência da polícia em manter a lei e a ordem, tendo em vista a dificuldade de manter atuantes as poucas viaturas da capital, a sensação de impunidade prevalece.
ANTECEDENTES - A falta de combustível para as viaturas da Polícia Militar não é um caso novo. Há alguns meses, diversas pessoas se queixaram que tiveram seus pedidos não atendidos pelo 190 devido à falta de combustível. Outro caso foi de um dono de posto de combustível que ofertou gasolina para que uma viatura da PM não parasse de rodar.
Fonte: Folha de Boa Vista
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