Um protesto incomum chamou a atenção de quem passava próximo ao Palácio Rio Branco, na manhã desta terça-feira (27). Amordaçado com fita adesiva, o presidente da Associação dos Militares do Acre (AME-AC), sargento bombeiro Luiz Gonzaga Ribeiro, 39, se acorrentou a uma palmeira imperial, na praça dos seringueiros, nos fundos do Palácio Rio Branco. Ele protestava contra a prisão do major PM Wherles Rocha, ocorrida no início da manhã, por ordem do comando-geral da Polícia Militar, devido a uma entrevista concedida no dia quatro, durante manifestação dos militares.
Com uma Constituição Federal nas mãos, mordaça e correntes apertadas, o sargento Ribeiro permaneceu amarrado à palmeira por quase três horas. Escrevendo s]uas mensagens, disse que o objetivo do protesto era “acabar com essa injustiça”, em relação à prisão do major. Através de gestos, ele disse que permaneceria no local até ser preso.
Às 11h20, o capitão BM Glácio foi até o local pedir para que o sargento encerra-se o protesto, pois já havia conseguido seu objetivo que era chamar a atenção para um assunto. Ribeiro pediu mais um tempo, ficando até próximo às 12h. Muitas pessoas pararam no local para assistir ao protesto e criticavam a atitude do comando da PM em prender o major Rocha.
Ribeiro lembrou que de seus 39 anos de idade, 18 são servindo à corporação na qual tem comportamento considerado “excepcional”. Ele demonstrou, porém, que a prisão do major que atenta contra a liberdade de expressão, garantida pela Constituição Federal, à qual mantinha em suas mãos.
A prisão do major
O major PM Wherles Rocha, ex-vice-presidente da AME-AC, recebeu voz de prisão, por volta das 7h30 da manhã, no quartel do comando-geral da PM, em frente a vários oficiais. Ele disse que a forma foi preso foi uma tentativa de humilhação. A prisão foi determinada administrativamente, pelo comando da corporação, devido a uma entrevista concedida no dia quatro, onde afirmou que a Constituição Federal garante a todos o direito a manifestação pacífica.
Após a prisão, o major foi levado para o quartel do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM), localizado no conjunto Universitário. Ele deve ser mantido em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), o mesmo estabelecido para criminosos de alta periculosidade e presidiários que causam transtorno, comentem crimes ou ameaçam a organização nos presídios.
Em junho, pelo mesmo motivo, o major Rocha teve a prisão decretada pelo comando da PM. Ele ficou preso por cinco dias, no quartel do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Durante a prisão, ele fez greve de fome e passou mal, precisando ser levado para atendimento médico em uma clínica. Rocha denunciou, à época, que recebeu tratamento de bandido. Ele é bacharel em Segurança Pública e formando em Direito e em Jornalismo.
Família diz que é perseguição
Com a nova prisão do major Wherles Rocha, sua família criou, imediatamente um blog na internet, que tem o título de “Diário de um prisioneiro”. No blog, familiares do major Rocha questionaram a punição e disseram que ele está sendo vítima de uma perseguição implacável por sua luta em defesa dos policiais e bombeiros militares. “O governo esta tentando calar aquele que ainda tem coragem de defender uma categoria tão sofrida e humilhada quanto os militares estaduais”, declarou Alonso Rocha, pai do major.
“O governador chamou os militares e seus familiares de baderneiros, isso só por que eles queriam melhores condições de trabalho e salário, agora manda prender e humilhar um pai de família, um marido e um bom filho”, foi o que disse Socorro Rocha, mãe do major.
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