terça-feira, 10 de maio de 2011

Polícia Civil e PM recebem novos equipamentos e métodos de trabalho ficará mais eficiente em SP

 

Prova dos resultados positivos é o fato de que o Estado reduziu em 18,95% o número de homicídios dolosos no 1º trimestre

Novas viaturas, óculos que enxergam quase tudo, câmera termográfica, tablets, sistema de captura e transmissão de imagens ao vivo são alguns dos métodos que estão sendo utilizados pelas policiais Militar e Civil no combate à criminalidade. Diferente dos métodos antigos que tornavam a abordagem policial, um fator de risco maior, para o profissional e para o abordado, as novas tecnologias (algumas parecidas com as das séries policiais da TV) fazem com que a rotina das polícias seja mais dinâmica e eficiente.

O resultado do investimento nessa área pode ser visto em números. O índice de criminalidade vem caindo. São Paulo reduziu 18,95% o número de homicídios dolosos no primeiro trimestre, o que levou a taxa, pela primeira vez, a iniciar um ano abaixo de 10/100 mil, nível considerado não epidêmico pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o número de vidas poupadas (desde 1999) chega à casa de 53.005 e de armas apreendidas (desde 1999 até março de 2011), a 380.918.

Os chefes das Polícias Civil e Militar acreditam no contínuo recuo nos índices de criminalidade em 2011. O delegado geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, identifica vários fatores na redução dos homicídios. Ele destacou o novo tratamento penal ao porte de armas e a nova classificação para o crime de homicídio, que passou a ser hediondo e qualificado. Após a nova regulamentação, foi possível a decretação da prisão temporária e preventiva de suspeitos.

O comandante geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, acredita que "a tecnologia e a inteligência policial são outros instrumentos diferenciadores na segurança pública". Atualmente, todos os 645 municípios do Estado dispõem dos sistemas RDO (Registro Digital de Ocorrência) e Infocrim (Informações Criminais).

O coronel Camilo explica que outro fator que poderá influir nas estatísticas da criminalidade nos próximos meses. Até agosto, todas as unidades da PM no Estado irão elaborar boletins de ocorrência em casos de desaparecimento e encontro de pessoas, furto de veículos, perda ou furto de documentos, celulares e placas de veículos.

Desde abril, os dados da criminalidade do Estado de São Paulo passam a ser divulgados mensalmente e por distrito policial no portal da Secretaria da Segurança Pública. As atualizações das estatísticas passarão a ser feitas com maior frequência.

Última geração

O Governo do Estado investiu mais de R$ 5,7 milhões na aquisição de equipamentos de última geração para auxiliar nas investigações criminais realizadas pelo Instituto de Criminalística (IC), e também em uma nova frota de viaturas para o Instituto Médico Legal (IML) da capital, com o objetivo de aumentar a eficiência no recolhimento de corpos.

Somente no DataCenter da Polícia Técnico-Científica foram investidos, por meio do Fundo de Incentivo à Segurança Pública (Fisp) do Governo do Estado, R$ 455 mil. O DataCenter é o departamento que incorpora as mais recentes e eficazes tecnologias surgidas nos últimos anos. O conjunto dos novos equipamentos permite operações mais seguras e rápidas, com garantia de alta disponibilidade de dados o ano todo. Nele serão registrados dados administrativos, operacionais e estatísticos, incluindo laudos periciais, croquis e fotos, agilizando o trabalho de cerca de 3,6 mil funcionários.

Na Sala de Coleta de Voz da SPTC o Governo do Estado investiu R$ 431,2 mil. A unidade obedece especificações técnicas necessárias para obter material com absoluta legitimidade, promovendo exames periciais incontestáveis. O software utilizado é o Batvox, empregado atualmente pela Polícia Federal e por instituições policiais internacionais. O software realiza comparações de padrões vocais para aplicação no campo forense, de forma automatizada.

A sala está sendo utilizada para a coleta de padrões de aferição (referência exigida pelo software) e foram coletados alguns padrões vocais para casos reais. Assim como a impressão digital, a estrutura da íris ocular, a face, o sistema arterial e o DNA, a voz é mais um elemento de identificação do ser humano.

Para a compra de equipamentos de ponta para o Núcleo de Informática foram investidos R$ 3,5 milhões, com recursos do Fundo de Incentivo à Segurança Pública (Fisp) do Governo do Estado. No total, foram adquiridos 32 kits contendo softwares e hardwares para investigação e perícias de crimes digitais. Nesses kits estão inclusos três softwares: EnCase Forensic, o FTK e o Gargoyle, além de um hardware, o Forence Recovery Evidence Device (Fred). Com alto poder de processamento, contam com bloqueadores de escrita que protegem dados, garantem pesquisas mais rápidas e profundas na máquina suspeita, e compilam grandes massas de dados, classificando-os. Para se ter uma ideia da demanda do equipamento, a Perícia de Informática do IC de São Paulo recebe, em média, 400 casos por mês envolvendo crimes de pornografia infantil, estelionato, violação de direito autoral e crimes funcionais. Destes, aproximadamente 30% demandam perícias em computadores, discos rígidos e pen-drives.

Laboratório criminal

Peritos criminais terão condições de realizar exames no próprio local em que o crime aconteceu - o que era possível ser feito somente dentro de um laboratório do Instituto de Criminalística (IC). Dois veículos estão sendo preparados para funcionar como mini-laboratórios móveis. As Unidades Especiais de Perícia (UEPs) vão trafegar pela Grande São Paulo e cidades próximas do interior, podendo levar uma equipe de até cinco policiais.

Dentro da unidade móvel o policial será capaz de fazer análises rápidas, como verificar a presença de sangue humano em uma amostra coletada ou constatar se uma substância é ou não entorpecente.

O IML contará com um laboratório de entomologia forense (ciência que estuda os insetos em procedimentos legais). A entomologia é uma ciência antiga pouco explorada no Brasil. Este laboratório permitirá estudos detalhados sobre cadáveres seculares que são encontrados, como, por exemplo, no caso das freiras mumificadas que foram descobertas enterradas na parede do Mosteiro da Luz, em fevereiro de 2008.

O instituto também recebeu mais um tomógrafo, equipamento que permite fazer imagens internas do corpo, como analisar a trajetória interna de uma bala ou descobrir o tempo de gestação de um feto dentro de um cadáver carbonizado. Mesas de necrópsia contarão com mais lupas articuladas para analisar pequenas lesões.

Visão futurista

A Polícia Militar de São Paulo assinou um protocolo de intenções com uma empresa de tecnologia para instalar a rede de transmissão de dados conhecida como 4G, tecnologia pioneira na América Latina. O acordo foi firmado durante a 6ª Feira e Conferência Internacional de Segurança Eletrônica Inter Security, realizada no Expo Center Norte no mês de abril.

O grande diferencial da nova tecnologia está na velocidade de comunicação e transmissão de dados entre o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) e os policiais na rua. As informações podem ser transmitidas imediatamente aos homens mais próximos de ocorrência, e a comunicação pode ser feita até por meio de videoconferência.

Será possível enviar vídeos, áudios e dados em geral em frações de segundo. As viaturas que receberem a tecnologia também poderão acessar os sistemas inteligentes da PM, como o Fotocrim e o Copom Online, diretamente do computador de bordo do veículo.

De acordo com o tenente-coronel Alfredo Deak Júnior, chefe do Centro de Processamento de Dados da PM, com a assinatura do protocolo de intenções se inicia um período de teste de 90 dias. Se aprovada, a tecnologia deverá ser adotada em todo o efetivo da Polícia Militar.

Importados de Israel, onde auxiliam os policiais no controle das áreas fronteiriças, os óculos de visão  especial ainda estão na fase de testes e sem o uso de banco de dados verdadeiros. A tecnologia deverá ser utilizada por policiais em grandes eventos, como shows e jogos de futebol. Câmeras similares às dos óculos deverão ser instaladas também nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e nas câmeras do Centro de Policiamento da Polícia Militar (Copom) já espalhadas pela cidade. Outros Estados devem adquirir o equipamento, segundo o major, com foco principalmente na Copa do Mundo de 2014.

De acordo com o major Leandro Pavani Agostini, os óculos têm capacidade para guardar até 14 milhões de imagens. Como o banco de dados da PM é atualizado diariamente com novas imagens, os policiais que utilizarem os óculos deverão também, periodicamente, atualizar o software que cada óculos carrega.

Os óculos detectam 400 rostos por segundo e a resposta sobre quem é a pessoa filmada é dada ao agente instantaneamente. O iG testou os óculos com um voluntário escolhido pela PM. Ele foi cadastrado como "suspeito" no sistema e quando filmado pela câmera apareceu na lente com uma indicação em vermelho dizendo que havia 99,99% de chance de ele ser a pessoa procurada.

A tecnologia, chamada biometria facial, detecta 46 mil pontos por face, o que permite distinguir, inclusive, gêmeos aparentemente idênticos. No caso de veículo, os óculos lêem as placas e identificam se ele é roubado, por exemplo.

O major destaca que "o equipamento deve dar mais agilidade ao trabalho dos PMs". Hoje, o policial conta apenas com a própria experiência e tino para identificar um provável criminoso. Com os óculos, terá informações prévias e mais precisas antes de abordar alguém. "Ele proporciona suporte, complementação da atividade policial. Se observar um veículo ou pessoa suspeita, procurada, vai informar o policial e, assim, prepará-lo pra fazer a abordagem com mais segurança", diz. "Estamos empolgados, muda a nossa forma de comportamento", completa.

Tablets

A Secretaria de Segurança Pública adquiriu para a PM 17,5 mil tablets. O investimento nos equipamentos passou de R$ 28 milhões. Os tablets são micros com tela sensível ao toque, equipados com GPS e AVL (localizador automático de viaturas). Do total, 11 mil são móveis e serão utilizados nas viaturas para quatro rodas e 6,5 mil são portáteis, no valor de R$ 4,4 milhões para viaturas de duas rodas, patrulhas à pé, de bicicleta, a cavalo, embarcações abertas e quadriciclos. De acordo com o tenente-coronel Deak, o equipamento é eficiente na transmissão de informações; torna disponível o banco de dados da corporação - inclusive informações específicas conforme a região da patrulha; facilita registros de problemas urbanos, como buracos, falta de luz, etc; e atualiza as ocorrências, como a coleta de mais informações sobre casos registrados anteriormente.

O sistema Olho de Águia captura e transmite imagens ao vivo dos dois helicópteros e kits portáteis com integração ao Sistema de Vídeomonitoramento Urbano, Vídeo conferência e Sala de Gerenciamento de Crise. "Eles são utilizados diariamente e em casos de grandes eventos. O sistema facilita a vida do nosso policial e faz com que tomemos ações mais rápidas para evitar maiores problemas", salienta Deak. 

Câmera termográfica

Um dos aparelhos adquiridos pela SSP para a Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) é a câmera termográfica Flir, que será usada pelo Núcleo de Identificação Criminal. O equipamento possibilita através de uma luz infravermelha indicar a umidade relativa e radiação térmica. "É mais uma tecnologia que vem somar e aperfeiçoar o trabalho da polícia. Com ela será possível até mesmo chegar a um resultado mais preciso do tempo de morte de uma pessoa. É um tipo de medição que já é usada lá fora e agora chega para melhorar ainda mais os trabalhos do IC", explica o assistente da Superintendência da SPTC, Samuel Alves de Melo Neto.

Os peritos passaram por treinamento. Somente os núcleos da capital contarão com a nova tecnologia. O objetivo é levar o equipamento para o interior do Estado. Foram investidos R$ 161mil em cinco aparelhos.

Outro equipamento adquirido para a SPTC é o VSC 6000, um comparador espectral de imagem de vídeo de última geração. O aparelho possibilita a verificação de autenticidade ou da falsificação de documentos, especialmente elementos de segurança neles inseridos, como a apuração de alterações documentais.


Fonte: Cotia Notícias

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