quarta-feira, 28 de setembro de 2011

DOAÇÃO DA SENASP: Viaturas da Polícia Militar estão paradas

As motocicletas e picapes estão paradas há um mês, enquanto a população padece com a insegurança

VANESSA LIMA

As viaturas doadas pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça, para o Governo do Estado empregar no reforço do policiamento do Estado estão paradas no Centro de Suprimento e Manutenção (CSM) da Polícia Militar, no bairro Mecejana.

Há um mês, durante solenidade cívico-militar alusiva às promoções de oficiais e praças da PM, no Palácio Senador Hélio Campos, as 30 motocicletas 250 cilindradas e as quatro picapes foram apresentadas à população. Outdoors espalhados pela cidade também anunciam o emprego das novas viaturas no policiamento. 

Entretanto, passado um mês, a Folha apurou que as motocicletas e as picapes ainda estão paradas sem previsão de quando serão empregadas no policiamento. As motocicletas estão dentro de um galpão no CSM e os veículos estavam na parte externa, sob ação do tempo.

A informação repassada é de que as motocicletas seriam empregadas em uma operação denominada Rondas de Quarteirão, para coibir assaltos a mão armada com uso de motocicleta e intensificar o policiamento nos bairros. O lançamento das ações foi anunciado à imprensa para as semanas seguintes ao recebimento das novas viaturas, o que não ocorreu.

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Na época, o comandante da PM, coronel Gleisson Vitória, informou ainda que, por não estarem emplacadas, as viaturas ainda não seriam empregadas de imediato no policiamento. Mas afirmou que, após o desfile de 7 de Setembro, os transportes já seriam utilizados nas ações ostensivas, tanto na capital como no interior.

As novas viaturas deverão ser utilizadas ainda em operações como Fecha Quartel, Sonora, Bandeira 2, Impacto, Índice Zero, Salvando Vidas, Volante, ambientais, de fronteiras e de barreiras. A Patrulha Escolar, operação lançada neste segundo semestre, também deverá ser reforçada.

OUTRO LADO – O chefe de gabinete da PM, tenente-coronel Magalhães Damasceno, informou que questões burocráticas seriam o motivo das 34 viaturas ainda não estarem sendo utilizadas.

As motocicletas ainda não foram emplacadas. As placas deverão estar sendo confeccionadas ainda esta semana. Além disso, a PM terá que efetuar o pagamento do seguro para, somente depois da regularização, os transportes poderem ser empregados.

As quatro picapes estão pendentes de formalização por parte do Ministério da Justiça. A PM ainda aguarda o recebimento do termo de doação definitiva das motocicletas para que se tornem patrimônio do Estado. Só depois disso é que poderão ser emplacadas.

Uma comissão de recebimento composta por policiais que atuam na parte de mecânica dos automóveis da corporação realizou toda uma avaliação das condições de cada veículo para assinar o termo de recebimento.

“A parte burocrática ainda está sendo agilizada, por isso as viaturas não estão autorizadas a funcionar. Solucionadas essas pendências administrativas, as viaturas estarão à disposição da sociedade para dar proteção e o policiamento que merecem”, destacou o tenente-coronel.

‘Para o serviço, é a mesma coisa que não ter essas viaturas’, afirma APBM

Viaturas sucateadas sem o aparelhamento necessário para atuação eficaz dos policiais militares. Apesar desta realidade que prejudica a segurança da população, a Associação dos Policiais e Bombeiros Militares do Estado (APBM) afirma que o Governo de Roraima tem usado a doação das viaturas pela Senasp para fazer “politicagem”.

“A gente vê que há demagogia e política nessa situação. As viaturas estão paradas no pátio do CSM. Se não podem ser usadas, por que ficam anunciando mentiras, dizendo que foram empregadas no policiamento? Deixava para anunciar quando legalizasse toda a doação. Para o serviço da polícia é o mesmo que não ter. Se a viatura está lá e não pode trabalhar, é a mesma coisa que nada”, destacou a associação, por meio de sua assessoria.

Segundo a entidade de classe, as novas viaturas não deverão ser empregadas em operações conforme o anunciado. “Na verdade, essas viaturas não são para o serviço, mas para o administrativo. Geralmente ocorre um remanejamento, e as velhas é que vão para o policiamento”, denunciou a APBM.

O quantitativo e número reduzido de transportes disponíveis é outra preocupação. De acordo com a entidade, no máximo duas viaturas são empregadas durante o dia para atender a zona leste da capital e outras duas na zona oeste. “Isso quando não estão quebradas ou sem combustível”, denunciou. “Os rádios das viaturas são improvisados. Quando chega a uma certa distância, o rádio perde contato e o jeito é utilizar o celular”, relatou. (V.L.)

Fonte: Folha de Boa Vista

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